Reacção à insegurança na noite
11 December 2007Li o editorial de Pedro Tadeu no jornal 24Horas de hoje.
Compreendo que se exija acção firme contra o crime, que é efecticvamente o que estamos a a fazer.Parece-me pecado velho a acusação de que reina silêncio do Governo sobre o tema. Acho precisamente que o Governo não deve ser tagarela.Devemos falar para anunciar medidas ou para rebater atoardas. Foi o que ontem fiz por todos os meios possiveis. Tadeu diz que a policia deve ser visivel. Deve (e mais do que isso: activa e atenta) mas não vale a pena usar o truque velho sintetizado na máxima “as coisas estão mal,convoque-se uma parada e desfilem os estandartes”. Acho igualmente inaceitável pôr na boca dos governantes dislates que nao disseram…
A videovigilância da Ribeira não foi anunciada pelo MAI como “bala de prata ” contra homicidios…em Gaia. É um projecto estrutural resultante de uma parceria de segurança entre o MAI e a Câmara Municipal do Porto. O Governo fez o que prometera:assinou na hora o despacho de autorização depois de obtido o muito aguardado parecer da CNDP. E anunciou que o faria na manhã de segunda- feira. A coincidência com o anúncio do assassinato de Gaia é fortuita. Nunca estabeleci qualquer nexo entre o arranque da videovigilância e o assassinato em causa. O nexo foi caricatamente criado pelo jornalista para assinalar o absurdo… do nexo que só ele estabeleceu.
O que eu assinalei é que estão em curso investigações em profundidade e que não tem préstimo nenhum os treinadores de bancada que exigem milagres na hora às polícias e as pressionam de tal forma que as fazem aparecer aos olhos da opinião pública como “incompetentes” e desfasadas da realidade. É duro ser policia. Mais duro ainda que há gente a fazer política sobre sangue derramado.Essa forma execrável de luta prejudica os que têm a missão de enfrentar os criminosos.
PS: Engana-se muito quem julga que isso rende votos aos treinadores de bancada.Obriga,sim, o Governo a desviar energia e recursos para neutralizar o medo gerado pela demagogia alarmista.Mas essa tarefa cumpre-se sem hesitar a bem da segurança publica.
JM